Consultor de chefes de Estado, ele fala das mudanças que a era eletrônica impôs à economia tradicional.
Pedro Doria
“Sabe aquela história de que não há almoço grátis?”, pergunta Alvin Toffler. “Mudou tudo, a economia está cheia de coisas de graça”, ele diz. Aos 78 anos, o primeiro futurista do mundo está cansado. [...]
Mas aí o velho professor lembra do que falava. Ganha ritmo, se empolga com suas idéias mais recentes. Quer se fazer compreender. “Se você vai a um caixa automático e saca dinheiro, um serviço é prestado e ninguém recebe por ele.” Antes, todo serviço exigia um empregado para fazê-lo. Mas quem mede a pressão com um aparelhinho, em casa, não paga a visita do médico. Software livre, fotos digitais que não carecem de revelação, há uma miríade de funções que não geram mais pagamentos. No entanto, geram valor: o dinheiro na mão, a tranqüilidade de que a pressão vai bem ou a foto da filha soprando a vela de aniversário. [...]
Há uma nova riqueza se criando e ela não se conta em dinheiro. Quando riqueza se contava em terra, ela era limitada. Só dá para plantar uma coisa por vez. Na era da informação, todos podemos usar o mesmo conhecimento ao mesmo tempo. Os economistas ainda não descobriram como contar estes valores produzidos de graça. Mas é o que está mudando tudo.”
Alvin Toffler Futurista, 78 anos, autor do 'Choque do Futuro' e 'A Terceira Onda'
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