Brasão da Cia. de Jesus 1º modelo pedagógico Brasil 1549 a 1759.

"O sucesso não é o final e o fracasso não é fatal: o que conta é a coragem para seguir em frente."

18 de fev. de 2009

Entre a Razão e a Fé
(refletindo a historia da educação)


Nos primeiros séculos da Idade Média, a concepção de ensino dominante, como não poderia deixar de ser, era aristocrática, ou seja, separava a formação profissional, associada ao trabalho manual(artes mecânica e, portanto, desprestigiadas), da formação intelectual(artes liberais apropriadas para os aristocratas). As escolas monásticas, muitas delas instaladas no campo, eram as maiores responsáveis pela formação intelectual dos jovens. A partir do século XII, entretanto, os jovens de diferentes condições socioeconômicas (baixa nobreza, burguesia, ou mesmo camponeses mais abastados), começaram a ter maior interesse em cursar as universidades, situadas nas cidades. As universidades se distinguiam das escolas monásticas tanto pelos programas como pelo método de ensino que adotavam. Esse novo método procurava promover entre alunos e professores sistemáticas discussões a partir de questões e textos teológicos, estimulando o conhecimento racional, contrapondo-se,assim, à cultura monástica, em que a ênfase era data às interpretações místicas.
Foi assim na Escola Superior de Medicina de Salerno, fundada no início do século X, onde começou a ser desenhado o protótipo da universidade medieval.E, dessa forma, surgem as primeiras universidades, como a de Bolonha(1088), seguida das de Paris(1150) e Oxford(1168). Interessante lembrar que essas três, ainda hoje, são centros de referência no mundo acadêmico. ocidental.
Na França, além da Universidade de Paris, foram cridas a Universidade de Montpellier, em 1125, e a de Toulouse, em 1229. Na Itália, além da de Bolonha, entre as mais antigas podem ser citadas a Universidade de Pádua, fundada em 1222, a de Nápoles, fundada em 1224, a de Siena, fundada em 1240, e a de Pisa fundada em 1342.
Na Inglaterra, além da de Oxford, em 1209 foi criada a Universidade de Cambridge. Na Espanha, a primeira a surgir foi a Universidade de Salamanca(1218), seguida pela de Valência(1245). Em Portugal, a Universidade de Coimbra surgiu em 1290. Louvain foi a primeira universidade belga, já no século XV(1425). Antes dela, na Alemanha, haviam surgido as Universidades de Heidelberg(1385),de Erfrut(1379), de Colônia(1388), de Leipzig(1409) e a de Rostock(1419), e mais tarde seriam formadas as universidades de Freiburg(1455) e Tübingen(1477). Em todas elas sempre foram ministradas aulas de filosofia e, ao longo dos séculos, muitos professores dessas instituições se tornaram pensadores da maior relevância para a história da disciplina.
As universidades atraíam estudantes de várias regiões da Europa, o que lhes dava caráter "internacional", uma tradição mantida no mundo acadêmico atual.Esses jovens buscavam formação em teologia, direito canônico, medicina e artes, e parte dos estudantes ingressavam na burocracia da Igreja ou dos Estados em formação.
Vale lembrar que nessa época ainda não se podia contar com a imprena moderna, o que tornava a produção e reprodução de livros tarefa difícil.Contudo, o aperfeiçoamento do pergaminho, feito de animais, possibilitou a produção de folhas mais finas e claras, fáceis de serem encadernadas. E muitos dos cursos ministrados eram organizados em obras, copiadas à mão em vários exemplares, dando origem aos manuais escolares e às bibliotecas universitárias.
O analfabetismo, porém,continuava dominante. Saber ler permanencia um privilégio da nobreza(embora não de todos os seus membros) e dos clérigos. A chance de ascensão social do homem comum resumia-se ao ingresso em alguma ordem religiosa. Entretanto, os cargos eclesiásticos, como o de bispo, eram restritos aos príncipes e clérigos de linhagem nobre.
As ordens religiosas ampliam seu papel na educação ao abrirem escolas associadas às universidades, como a de Paris. Nelas, além dos padres seculares, passam também a lecionar monges dessas ordens ordens. às já existentes ordens agostiniana, beneditina e cisterciense, juntam-se outras, das quais as duas de maior desataque são a dos franciscanos, criada em 1214, e a dos dominicanos, fundada em 1217. Nessas duas escolas a filosofia sempre foi um campo privilegiado de estudos. Os três filósofos franciscanos mais importante foram Roger Bacon, Duns Escoto e Guilherme de Ockham. Dentre os dominicanos destacam-se Alberto Magno, grande divulgador de Aristóteles, e Tomás de Aquino, o seu mais destacado comentador medieval e o maior de todos os filósofos escolásticos.

CHALITA.Gabriel, Vivendo a Filosofia. Editora Ática. São paulo.2005.p.151-2

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