"A hipocrisia está em nós, pois somente vamos às ruas protestar contra a violência quando a vítima é "próxima" de nós; somente dizemos "basta" de assaltos, quandos somos os assaltados!
É a famosa história: O FILHO DE MEU VIZINHO É LADRÃO; O MEU É "UM POUCO" CLEPTOMANÍACO; OU, O FILHO DO VIZINHO É UM VIADO SEM VERGONHA, MAS O MEU TEM UMA "LIGEIRA" TENDÊNCIA AO HOMOSSEXUALISMO... ORA, CHEGA!! "
Sylvio Guedes, editor-chefe do Jornal de Brasília , critica o "cinismo" dos jornalistas, artistas e intelectuais ao defenderem o fim do poder paralelo dos chefes do tráfico de drogas.
Guedes desafia a todos que tanto se drogaram nas últimas décadas que venham a público assumir :
"Eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro".
Não adianta colocar somente na conta dos pobres!
Sylvio Guedes, editor-chefe do Jornal de Brasília, critica o 'cinismo' dos jornalistas, artistas e intelectuais ao defenderem o fim do poder paralelo dos chefes do tráfico de drogas.
Guedes desafia a todos que 'tanto se drogaram nas últimas décadas que venham a público assumir: eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro'. Leia o artigo na íntegra:
'Eles ajudaram a destruir o Rio'.
É irônico que a classe artística e a categoria dos jornalistas estejam agora na, por assim dizer, vanguarda da atual campanha contra a violência enfrentada pelo Rio de Janeiro.
Essa postura é produto do absoluto cinismo de muitas das pessoas e instituições que vemos participando de atos, fazendo declarações e defendendo o fim do poder paralelo dos chefões do tráfico de drogas.
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Invadiu e se instalou nas redações de jornais e nas emissoras de TV, sob o silêncio comprometedor de suas chefias e diretorias..
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Em uma espúria relação de cumplicidade, imprensa e classe artística (que tanto se orgulham de serem, ambas, formadoras de opinião) de fato contribuíram enormemente para que o consumo das drogas, em especial da cocaína, se disseminasse no seio da sociedade carioca - e brasileira - por extensão. Achavam o máximo; era, como se costumava dizer, um barato.
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As pessoas curtiam a comodidade proporcionada pelos fornecedores: entregavam a droga em casa, sem a necessidade de inconvenientes viagens ao decaído mundo dos morros, vizinhos aos edifícios ricos do asfalto.
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Nem é preciso detalhar como essa simples relação econômica de mercado terminou.
Onde há demanda, deve haver a necessária oferta.
...Qualquer mentecapto sabe que não pode persistir um sistema jurídico em que é proibida e reprimida a produção e venda da droga, porém seu consumo é digamos assim, tolerado.
Que a mídia, os artistas e os intelectuais que tanto se drogaram nas três últimas décadas venham a público assumir:
'Eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro.'
Façam um adesivo e preguem no vidro de seus Audis, BMWs e Mercedes.'
Fonte: Jornal de Brasília.